domingo, 7 de dezembro de 2014

MERCADO marcado pela CAPOEIRA.


Registrar é reter na memória.
A memória histórica, aquela que nos constitui e nos torna reconhecíveis enquanto seres sociais que compartilham um determinado tempo e espaço, essa atualmente pode vir a morrer.
Vivemos num tempo sem passado, o que nos liga a ele, o que nos vincula as gerações que construíram esse presente, deixou de ter importância.
Trazer a memória para o agora é mais que fazer lembrar, estamos vivendo com jovens e pessoas desmemoriadas, não é um simples caso de esquecimento, não basta fazer como os historiadores: lembrar o que os outros esquecem.
Estão (e estamos) impregnados pelo imediatismo, vivemos num mundo em que o passado já não é referência. E por isso se “come” qualquer coisa que se coloca no prato. Principalmente se for fácil de engolir. Sem esforço, bem digestível, sem um gosto muito forte, sem sustos e conflitos. Comida pronta, instantânea, um prato que não fique mudando de sabor, um único “estilo”, sem “ideias” que façam pensar. Quanto menos mudar as “regras” melhor.
Mercedes Sosa, em “La Maza”, canta sobre crer nas suas escolhas, no seu caminho, no desejo, no que esconde a vida. E pergunta: que adianta ter a massa e não ter a pedreira? Fazer a massa e não usá-la, que coisa sem sentido.
Uns possuem o conhecimento e não o colocam na rua, enquanto outros acreditam apenas que a história mais importante se resume na que ele está fazendo.   
A roda da capoeira é patrimônio mundial. Da humanidade. Esse é o fato. Tornar isso ação é o desafio. Dar vida.
No mercado, na roda do dia seis de dezembro, os capoeiristas de distintas vertentes mostraram que o legado histórico, que a liberdade guardada na memória na hora da luta e da resistência cultural rompe as diferenças e se faz solidária.
A roda do mercado, na volta que deu e na volta que dá, é movimento por um mercado popular, cultural e mané.
Respeitar e preservar as nossas heranças materiais e imateriais é reconhecermos que estamos apenas de passagem.
Axé aos capoeiras, mulheres e homens, que fizeram a última roda do ano de 2014.
Florianópolis, Santa Catarina. Brasil.


Roda do Mercado. Mestre Polegar e Contramestra Jô Capoeira. LUGAR DE RESISTÊNCIA! CAPOEIRA ANGOLA PALMARES SEIS DE DEZEMBRO. 2014. FLORIANÓPOLIS.


RODA DO MERCADO: LUGAR DE RESISTÊNCIA e CULTURA POPULAR. Presença de diversos capoeiristas, de organismos sociais e políticos. 06 de Dezembro de 2014.





















quinta-feira, 4 de dezembro de 2014

I Encontro Capoeira Angola Palmares - Inhambane









Postagens referentes a viagem para Moçambique. Mestre Polegar e Professora Danuza. Grupo Capoeira Angola Palmares (Brasil/Florianópolis/SC). Atividades em Maputo no Centro Cultural Brasil Moçambique: Apresentação Musical de Zena Bakar (vocal) e Issufo e Bela (percussão) no dia 20 de Novembro. No dia 21 apresentação do espetáculo “A Fábula da Fábula” com Manoela Pamplona e Judith Novela e Roda de Capoeira com a presença dos mestres Jogo de Dentro (Semente do Jogo de Angola), Poloca (Nzinga de Capoeira Angola), Polegar (Capoeira Angola Palmares) e Lagarto (Mando de Palmares). Batismo de Capoeira do Grupo Arte Viva no dia 22 sob a coordenação do Contramestre Santos. No dia 28 o IV Encontro do Grupo Capoeira Angola Palmares sob a coordenação do Mestre Polegar. As fotos dos quadros são da exposição de estandartes da cidade de Diamantina/ MG. Atividades em Inhambane: debate na Casa de Cultura sobre a Capoeira e o dia da Consciência Negra no Brasil (X Festival de Cultura do Tofo) e o I Encontro do Grupo Capoeira Angola Palmares na Escola Eduardo Mondlane.